sábado, 27 de fevereiro de 2010

Crime e Castigo - Qual a grandeza da sua alma?

“Em um maravilhoso entardecer de julho, extraordinariamente cálido, um rapaz deixou o quarto que ocupava no sótão...” Assim se inicia um dos romances mais tensos da literatura universal. Crime e Castigo, de Fiódor Dostoievski, apresenta a Rússia do século XIX, com suas tragédias e misérias.

O narrador constrói diversos “heróis”, todos envoltos por uma névoa dramática: o bêbado que apanha da mulher, a esposa tuberculosa, as crianças que choram de fome num triste cubículo iluminado por uma réstia de luz, a prostituta que conserva a pureza de alma, as senhoras assassinadas e o homicida.

Os tipos humanos que surgem neste romance são indivíduos fragmentados, cujos destroços estão imersos nas palavras que têm para contar, expondo mazelas sociais e psicológicas, que revelam seres desgraçados, na iminência de um colapso. Todos exigem vozes e o narrador, fiel a suas criaturas, atende a esse desejo e entrega aos personagens as rédeas da narrativa. É a polifonia discursiva. Não estamos diante de um romance em que podemos proceder à caracterização das personagens pelo grau de importância na trama. Todos são principais, desesperados em iguais parcelas, mas apenas um é o mais corajoso, somente uma das personagens terá a ousadia de gritar mais alto e transgredir o mandamento divino: não matar. Esse é Raskolnikov.

Escrito no século XIX, Crime e Castigo continua atual, pois trata de temas intrínsecos ao homem: o erro, a culpa, o castigo e o perdão. Assuntos presentes em todas as épocas, que permeiam nossa cultura ocidental e todos os nossos atos. Afinal, como agiríamos se não nos sentíssemos culpados desde o primeiro dia de vida? O que não faríamos neste exato momento se não existissem leis supostamente superiores a nós, se tivéssemos a certeza da inexistência do castigo? Em suma, será que sobreviveríamos se não acreditássemos que há, de fato, o perdão? Questões cujas respostas, de tão estarrecedoras, não podem ser ditas ou pensadas. Não sem a culpa. E essas indagações, que a história eventualmente suscita, fazem da narrativa uma obra aberta e que satisfaz ao desejo ancestral de toda produção literária: o objetivo máximo de fazer com que o leitor pense e reflita. Um exercício de inteligência.

Livro: Crime e Castigo
Autor: Fiódor Dostoievski
Idioma: Português
Formato: .pdf
Nº de páginas: 589
Tamanho: 2,83 mb
Megaupload
LINK OFF - MALDITO FBI

Nenhum comentário: