terça-feira, 14 de julho de 2009

Gregarismo - I

O gregarismo — comum em quase todas as espécies — nasceu da necessidade comum de enfrentar as outras espécies mais fortes, o que deu origem à caça em colaboração.
Da vida em conjunto surgiram grupos, que se organizaram em grandes famílias ou primeiras entidades sociais; depois se formaram os clãs, as nações, as cidades,...
Logo vieram as primeiras profissões, a indústria e o comércio. E no começo, trocavam as utilidades de várias espécies.

As trocas dos primeiros tempos se transformaram em compra e venda por intermédio de um objeto pequeno e fácil de transportar, mas que equivalesse à mercadoria vendida. A nova moda facilitava extraordinariamente as trocas, principalmente à distância: foi como surgiu o dinheiro, que hoje é a solução/problema de muita gente, e com todas as suas complicações de câmbio decorrentes da diversidade da capacidade de produção de cada negociador.

O sal e muitas outras coisas úteis representavam o dinheiro. E surgiram as moedas e os papéis com valor declarado e assegurado pelo emissor. Foram os chineses os inventores desses pequenos e valiosos papéis pintados que cabem numa algibeira e dão para comprar carros e mercadorias diversas.

Com o comércio veio a competição entre produtos e mercadorias semelhantes. E como “as nações” não tinham idêntica capacidade de trabalho e produção, resultou num desnível econômico e financeiro. E assim acabou a igualdade social dos tempos das cavernas e começou a cascata social que iria separar uns homens dos outros como se fossem de espécies diferentes.
A sociedade humana prosperou ininterruptamente daí por diante, embora em ritmo irregular por causa das variações mesológicas.

A complexidade crescente da sociedade humana vem criando através dos séculos, séries de problemas políticos, econômicos e sociais, oriundos à inconformabilidade dos menos favorecidos, daqueles que se acham localizados na base da imensa pirâmide social.

A maioria desses inconformados é vítima de suas próprias qualidades negativas, mas todos se julgam vítimas da sociedade. Esquecem-se ou não sabem que é a diversidade de aptidão que ocasiona o desnível social. Toda providência e sistema de governo que se propuser a pôr termo à superposição das camadas sociais fracassará infalivelmente. É profundamente antibiológico supor-se que algum regime político possa igualar todos os homens; mas, melhorar a situação dos menos aptos já é outra coisa e não depende dessa ou aquela forma de governo.

Não é privativo do homem, o infortúnio de nascer, um indivíduo, em piores condições que outro. A única diferença entre humanos e outras espécies animais e vegetais; num caso, o problema passou a ser rotulado de social, e no outro continua sendo considerado como luta pela vida. No fundo, entretanto trata-se de um mesmo fenômeno, o predomínio de uns indivíduos sobre os outros.

2 comentários:

Anônimo disse...

Prezado Pillí,

fio voce que escreveu esse texto? ou foi retirado de algum livro ou site?

At

Pillí disse...

É prezadA! Esse é um pedaço de uma tese, nela também falo sobre etnocentrismo. Só não terminei de postar aqui porque estou sem tempo para resumir.