Há momentos em que a vida parece completamente impossível. Todos os sonhos de rebeldia são anestesiados. A sede pela revolta contra a sociedade do espetáculo vomita futilidade, mão aberta porém vazia. Todos aqueles altos papos que varavam a noite, as derivas e perambuladas daqueles cujos pensamentos eram embebidos em aventura: começam a parecer bobos e vazios. Você chega a conclusão de que nada está sendo alcançado - nem destruição nem criação lhe atrai mais. Você abandona sua própria imaginação e retorna a velha armadilha do medo. O idiota existencial toma conta de sua cabeça.
Este é o ponto onde a miséria dessa sociedade se completa. Essa sociedade que se fortalece com o enfraquecimento do indivíduo - o indivíduo desaparece quando se dobra à essa miséria de espírito. Você começa a aceitar as limitações impostas pela sociedade com se fossem suas. Vivenciar começa a significar se repetir. Você começa a sentir que não consegue revidar, que não consegue se rebelar: cada gesto seu da lugar à estupefação. A paixão é pacificada. O desejo é racionalizado. O proibido continua proibido.
Este extremo momento de miséria marca nada menos do que a vitória da amnésia. O abandono das aventuras da vida é a barracota para quem esqueceu todas as rebeliões e os desejos de revolta anteriores. Se lembrar deixa de ser um prazer: a miséria momentânea se espalha para todo o passado. Amnésia é essencial para civilizar seres humanos: quando se esquece as possibilidades (a riqueza do passado, do presente e do futuro) se é domesticado, se desaparece.
Amnésia é a colonização da memória. Te obrigam a esquecer tudo sobre rebeldia em sua vida. Numa mente colonizada é menos provável de haver aspirações à revoltas se a memória de rebeldias passadas é suprimida. Desde desenhos feios numa nota de dinheiro a crimes noturnos faz da memória algo precioso ao indivíduo; assim que essas transgressões são esquecidas o presente se torna cada vez menos fértil - o talo da flor é cortado antes dela desabrochar. Você se desespera na ausência de liberdades passadas simplesmente porque o resíduo das liberdades passadas foram purgadas de sua memória.
Quando se pergunta a um rebelde como liberdade é possível o rebelde responde com exemplos de liberdades passadas. O rebelde relembra de eventos, momentos, e momentos de seu passado que marcam rupturas da ordem dominante. Se sabe que liberdade é possível porque todo mundo já vivenciou momentos de liberdade: o gosto do paraíso em nossas bocas. Esquecer isso é fatal. Amnésia pode ser combatida quando constantemente desenterramos nossas memórias, quando constantemente nos tornamos mais e mais conscientes de nossos erros e vitórias. Não, não devemos viver no passado. Mas sejamos cruéis com nosso passado (e com aqueles que nos manteria nele) e ao mesmo tempo gentis com essas mesmas memórias (precavido contra aqueles que querem pintar nossas memórias com cores de impossibilidades e miséria).
Libernautas precisam retornar a seus passados com um buque de flores numa mão e uma faca na outra.
Este é o ponto onde a miséria dessa sociedade se completa. Essa sociedade que se fortalece com o enfraquecimento do indivíduo - o indivíduo desaparece quando se dobra à essa miséria de espírito. Você começa a aceitar as limitações impostas pela sociedade com se fossem suas. Vivenciar começa a significar se repetir. Você começa a sentir que não consegue revidar, que não consegue se rebelar: cada gesto seu da lugar à estupefação. A paixão é pacificada. O desejo é racionalizado. O proibido continua proibido.
Este extremo momento de miséria marca nada menos do que a vitória da amnésia. O abandono das aventuras da vida é a barracota para quem esqueceu todas as rebeliões e os desejos de revolta anteriores. Se lembrar deixa de ser um prazer: a miséria momentânea se espalha para todo o passado. Amnésia é essencial para civilizar seres humanos: quando se esquece as possibilidades (a riqueza do passado, do presente e do futuro) se é domesticado, se desaparece.
Amnésia é a colonização da memória. Te obrigam a esquecer tudo sobre rebeldia em sua vida. Numa mente colonizada é menos provável de haver aspirações à revoltas se a memória de rebeldias passadas é suprimida. Desde desenhos feios numa nota de dinheiro a crimes noturnos faz da memória algo precioso ao indivíduo; assim que essas transgressões são esquecidas o presente se torna cada vez menos fértil - o talo da flor é cortado antes dela desabrochar. Você se desespera na ausência de liberdades passadas simplesmente porque o resíduo das liberdades passadas foram purgadas de sua memória.
Quando se pergunta a um rebelde como liberdade é possível o rebelde responde com exemplos de liberdades passadas. O rebelde relembra de eventos, momentos, e momentos de seu passado que marcam rupturas da ordem dominante. Se sabe que liberdade é possível porque todo mundo já vivenciou momentos de liberdade: o gosto do paraíso em nossas bocas. Esquecer isso é fatal. Amnésia pode ser combatida quando constantemente desenterramos nossas memórias, quando constantemente nos tornamos mais e mais conscientes de nossos erros e vitórias. Não, não devemos viver no passado. Mas sejamos cruéis com nosso passado (e com aqueles que nos manteria nele) e ao mesmo tempo gentis com essas mesmas memórias (precavido contra aqueles que querem pintar nossas memórias com cores de impossibilidades e miséria).
Libernautas precisam retornar a seus passados com um buque de flores numa mão e uma faca na outra.